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23/12/2010

ABUTRES - PAULO TRAPERO


Não deixe de assistir ABUTRES!
Pablo Trapero

Nascido em em 4 de outubro de 1971. Na periferia de Ramos Mejia, cidade da região metropolitana de Buenos Aires, e filho de um vendedor de carburadores, passou a infância num bairro pobre e Formou-se em cinema pela Universidad de Buenos Aires.

Dirigiu dois curtas-metragens"Mocoso Malcriado" (1993) e "Negocios" (1995).Aos 25 anos, fundou, em sociedade com outros jovens cineastas, a produtora Cinematográfica Sargentina. Dentre outros projetos, Trapero co-produziu "Pizza, Birra, Faso" (1998), filme que obteve calorosa repercussão ao estrear no Festival de Mar del Plata.

Seu primeiro longa-metragem, "Mundo Grúa", finalizado em 1999, consumiu parcos US$ 40 mil e 14 meses de filmagem. Passou por Veneza e despertou impressões entusiasmadas de alguns críticos. Serge Toubiana, ex-diretor de redação da revista “Cahiers du Cinema”, escreveu que Trapero "reinventa uma forma de neo-realismo moderno". Depois de rodar em digital um curta-metragem experimental chamado "Naikor - La Estación de Servicio" (2001), o diretor finalizou seu segundo longa-metragem, "El Bonaerense", exibido aqui no Brasil como "Do Outro Lado da Lei". 



Trapero acaba de lançar "ABUTRES".

Abutres, de Pablo Trapero, é um filme intenso. À parte o clichê adjetivante que acabo de usar, sua intensidade está na capacidade de jogar o expectador tão dentro da cena que é como se o “impacto” a que são submetidos os personagens ressoassem dentro da sala de cinema e atingisse também o público.
A competência para esse efeito está na forma como Trapero conduz sua câmera. Ela se mantém invariavelmente próxima aos personagens, dentro da ação. Não se parece com uma câmera subjetivada, recurso desgastado no dito cinema de arte, mas ganha contornos de um olhar objetivado como testemunha cruel de cada cena, num sentido de observar bem de perto e ter, também ela, de sofrer os efeitos das dores físicas dos personagens que acompanha.
Sosa (Ricardo Darín) é um advogado que perdeu sua licença. Trabalha para uma fundação que cujo lucro provém da exploração de vítimas e familiares de vítimas de acidentes de trânsito. Um mercado milionário de indenizações, das quais a fundação fica com a maior parte e enganando as famílias, que ficam com uma fração mínima do dinheiro. 
Daí o título Abutres. E apesar de uma feliz competência na condução dessa história, Trapero também se excede. Em nenhum momento Abutres cai no tédio ou cansaço, mas a insistência em manter, cena após cena, o plano-sequência como efeito de real, acaba por, dentro do excesso, roubar justamente parte desse efeito de real. Suas repetições e malabarismos são tão evidentes que distraem-nos da narrativa para o virtuosismo técnico. É, em alguns momentos do filme, um tiro que sai ela culatra.
Abutres se encerra com o grau mais alto de sua intensidade e sua câmera está lá, tão presente quanto cada elemento dessa história de sordidez e arrependimento tardio. Mas para seus personagens, para os abutres, a vida não reserva grandes redenções. Se foi da tragédia que tiraram seu sustento, será na tragédia que definharão suas esperanças. E Trapero consegue dar cabo disso com uma força e uma transposição para o lado de cá da tela que chega a machucar. Abutres é um filme de rara intensidade, com uma força que poucas vezes vi no cinema.

CONFIRA O TRAILER E ASSISTA O FILME ASSIM QUE PUDER...

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