Informações vazadas pelo site Wikileaks estremeceram os corredores de Washington, desde que foram divulgadas esta semana por algumas das mais importantes publicações mundiais, como o jornal americano The New York Times. Já faz algum tempo que os grandes jornais e revistas têm se unido para verificar fontes e publicar, de forma conjunta, os vazamentos feitos pelo Wikileaks, o que acaba dando mais credibilidade ao site.
São mais de 250 mil documentos, alguns deles de difícil compreensão pela linguagem diplomática. É possível que eles vazaram de dois ministérios do governo americano: a da Defesa e a de Estado, dois órgão fundamentais do regime Obama. Por isso, a reação irada de pessoas como a secretária de Estado Hillary Clinton, que lamentou o vazamento e disse que isso mina os esforços americanos de trabalhar em conjunto com outros países, é verdade, diga-se de passagem até o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon foi espionado. O secretário de Justiça dos EUA, Eric Holder, disse que já há uma investigação criminal “ativa e em curso” sobre o vazamento.
O Brasil aparece principalmente em dois documentos. Em um deles, menos grave, o nosso país é citado em um diálogo entre o presidente iraniano, Mahmou Ahmadinejad, e o presidente russo, Dmitri Medvedev. No encontro, Medvedev questiona Ahmadinejad sobre a política nuclear do país dos aiatolás. O líder iraniano diz que sua nação não está fazendo nada diferente do Brasil.
O outro documento, mais grave, diz que o Brasil disfarça a existência e a prisão de pessoas ligadas ao terrorismo. “O governo brasileiro é um parceiro de cooperação no combate ao terrorismo e actividades relacionados com o terrorismo no Brasil. No entanto, os mais altos níveis do governo brasileiro, particularmente o Ministério das Relações Exteriores, são extremamente sensíveis a quaisquer créditos públicos de que terroristas têm presença no Brasil, seja para arrecadar fundos, organizar a logística, ou mesmo trânsito no país, e vai vigorosamente rejeitar quaisquer declarações implicando o contrário.” O texto aparece em uma carta secreta do então embaixador americano no Brasil, Clifford Sobel, de 8 de janeiro de 2008. Segundo ele, “o governo brasileiro recusa-se a definir legal ou mesmo retoricamente designados grupos terroristas como o Hamas, Hezbollah ou as Farc como grupos terroristas, os dois primeiros sendo considerados pelo Brasil como partidos políticos legítimos”. De acordo com Sobel, a Polícia Federal prendeu muitas vezes pessoas que tinham ligações com o terrorismo, mas os acusou de crimes que não eram relacionados ao tema para “evitar chamar a atenção da mídia e do alto-escalão do governo.”
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